Nego-me à Morte!
Sou humanidade ousando ter corpo
Neste inferno aquém do arame farpado
Onde há lírios a florescer.
Sou o cântico seráfico dos inocentes
Que se afunda na eternidade
Entre orvalhadas de infinitos prantos.
Sou o rosto dos heróis do ódio
Esbracejando no ondear das marés
Enrubescidas pela dor.
Sou caminhante encurralado
Essa imagem multiplicada, digna de espanto
Até se desvanecer no clicar de um botão.
E persisto. Para lá da tua realidade
Eu existo. Ouso superar os limites
Nego-me à morte.
Ouso (ainda) sonhar
Inventar Futuros, Renascer das cinzas
E vestir-me, sempre, de renovados e infinitos espantos.
Deram-me à vida
Nego-me à morte!
Maria Magno
Esposende - Portugal - 31 de Dezembro 2016