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sábado, 24 de junho de 2017

Nego-me à Morte!













Nego-me à Morte! 

Sou humanidade ousando ter corpo
Neste inferno aquém do arame farpado
Onde há lírios a florescer. 

Sou o cântico seráfico dos inocentes
Que se afunda na eternidade 
Entre orvalhadas de infinitos prantos. 

Sou o rosto dos heróis do ódio
Esbracejando no ondear das marés
Enrubescidas pela dor. 

Sou caminhante encurralado 
Essa imagem multiplicada, digna de espanto  
Até se desvanecer no clicar de um botão. 

E persisto. Para lá da tua realidade
Eu existo. Ouso superar os limites
Nego-me à morte. 

Ouso (ainda) sonhar
Inventar Futuros, Renascer das cinzas
E vestir-me, sempre, de renovados e infinitos espantos.

Deram-me à vida

Nego-me à morte! 


Maria Magno
Esposende - Portugal - 31 de Dezembro 2016




domingo, 18 de junho de 2017

SÚPLICA


Impotente! Impotente! Assim me sinto
Olhar perdido nas rubras chamas
Que me consomem em dor tamanha
E neste olhar-te, além do rúbeo espanto
Ver-te assim, abreviado a cinzas  
- disperso entre Hefesto e Hipnos -
A Gaia súplico, teu renascer
Num tempo outro, sem rasto ou memória
deste húmus trágico de recorrente História.  

MMagno

18-06-2017

versão 2 
21-02-2024

Impotente, assim me percebo,

Olhar perdido em chamas rubras, vorazes consumidoras,

Dor intensa, abraçando-me sem alarde.

Nesse olhar, para além do espanto carmesim,

Contemplo-te, agora reduzido a cinzas,

Espalhadas entre os domínios de Hefesto e as sombras de Hipnos.

Gaia, em súplicas, rogo por teu renascer,

Num tempo inexplorado, livre de rastros e memórias,

Desse solo trágico, dessa narrativa recorrente.

(Foto: internet, imagens, Pedrógão Grande)

terça-feira, 2 de maio de 2017

Proudhon, 1849


“Aquele que puser as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!”

- Proudhon, 1849
(Imagem: pintura de Gustave Courbet, 1865)

segunda-feira, 1 de maio de 2017

AMAR

Gosto de ti, assim, inteiro
Gosto de me perder em ti
Nesse nosso copioso leito
Onde sulcamos suaves marés
Gosto da imensidão do nosso amplexo
Gosto desta nossa pele feita de afectos
Atiçada por laivos primaveris
Gosto deste nosso gostar de nós
Deste doce sabor a eternidade...

MMagno
Maio2017


Criadores de realidade - Mundo fantasia

A propósito dos egos que se deleitam a desfilar sorrisos falsos no espaço público

Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.  - Denis Diderot

Segundo Nietzsche é próprio da humanidade o respeito pela máscara. Tinha razão!  

Já no seio das tribos ditas “primitivas” a máscara esteve sempre presente. Como ligação do humano ao “mundo fantasia” - A uma supra-realidade -, à vida como ficção. Essa necessidade que o homem sempre teve de criar narrativas de si próprio e do que o rodeia. 

Criados à “Semelhança de Deus”. Somos criadores de realidades. Não nos basta existir. Buscamos em permanência a justificação da nossa existência. Dissecamos o “ser no mundo” até à exaustão, entre jogos de construção e destruição. 

A Filosofia, desde a Antiguidade, procura conhecer a totalidade da realidade do ser. Tarefa infindável essa de o humano “pensar-se a si próprio e ao todo que o rodeia”. Moldados em barro de subjectividade, caminhamos ziguezagueando entre questões eternas: O que é o bem? O que é o mal? O que é a justiça? O que é a amizade? Quem sou? Quem és? 

Ocorre-me René Descartes, “Cogito ergo sum”. E Freitas Magalhães, “Emociono-me. Logo Existo”

Somos a escuma desse caldo denso que nos precedeu. Saibamos ser conscientes da nossa interdependência. O agir com sabedoria é o melhor dos caminhos. Penso eu. 

MMagno 
(Maio/2017)
imagem: Robert Lobato, internet




sexta-feira, 28 de abril de 2017

Dizer Abril. Sempre!


Que se ergam de novo as vontades
Investidos de mentes incandescentes
Sejamos grávidos de mundo e de sorrisos
Parindo orvalhadas de luz nos cravos rubros.

Porque Abril é nosso! sempre...

MMagno, 25-04-2017
(Imagem: Internet)



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Loa ao Sol


Sei-te em mim
No desabrochar do embrião germinado
- Nesta mútua pertença -
Com que sulcamos o leito do tempo 
- Este contínuo presente -
Seiva de arco-íris, palpitante 
Que desvela meu ser a cada instante

Sem ti
Seria pura inexistência
- Nem princípio nem fim -
E tu, sem nós
- partículas em movimento -
Vaguearias inútil pelo espaço-tempo.

Bailemos, pois, meu amado
Ao som das celestiais esferas
Celebrando esta nossa condição
De essencial e primordial 

                                  mútua pertença.  

M.Magno

Foto: retirada da internet