A propósito dos egos que se deleitam a desfilar sorrisos falsos no espaço público
Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga. - Denis Diderot
Segundo Nietzsche é próprio da humanidade o respeito pela máscara. Tinha razão!
Já no seio das tribos ditas “primitivas” a máscara esteve sempre presente. Como ligação do humano ao “mundo fantasia” - A uma supra-realidade -, à vida como ficção. Essa necessidade que o homem sempre teve de criar narrativas de si próprio e do que o rodeia.
Criados à “Semelhança de Deus”. Somos criadores de realidades. Não nos basta existir. Buscamos em permanência a justificação da nossa existência. Dissecamos o “ser no mundo” até à exaustão, entre jogos de construção e destruição.
A Filosofia, desde a Antiguidade, procura conhecer a totalidade da realidade do ser. Tarefa infindável essa de o humano “pensar-se a si próprio e ao todo que o rodeia”. Moldados em barro de subjectividade, caminhamos ziguezagueando entre questões eternas: O que é o bem? O que é o mal? O que é a justiça? O que é a amizade? Quem sou? Quem és?
Ocorre-me René Descartes, “Cogito ergo sum”. E Freitas Magalhães, “Emociono-me. Logo Existo”.
Somos a escuma desse caldo denso que nos precedeu. Saibamos ser conscientes da nossa interdependência. O agir com sabedoria é o melhor dos caminhos. Penso eu.
MMagno
(Maio/2017)
imagem: Robert Lobato, internet